segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O povo desacreditado, desacredita!

É costume ouvir falar-se demasiadas vezes no afastamento das pessoas, principalmente os jovens, da política. A semana passada, na Assembleia da República esteve a discutir-se o Orçamento de Estado para 2009. Ao acompanhar o debate, questionei-me variadas vezes de forma a tentar compreender a razão de nas variadas bancadas parlamentares, não estarem nem metade dos deputados. Faz-me alguma confusão ver que um tema de tão elevada importância para o Estado Português faz com que muitos deputados se ausentem do lugar para que foram eleitos. O povo português elege-os, e elege-os porque na nossa democracia são necessários para nos representarem, para defenderem os nossos interesses, para defenderem os interesses do nosso Estado! Não para tomarem café e fumarem um cigarro enquanto o futuro de Portugal é discutido!
Ainda o outro dia ouvia alguém que já possuiu assento parlamentar a dizer o seguinte “enquanto discutiam economia e outros assuntos que não nos diziam directamente respeito ausentávamo-nos sempre”. É esta a atitude? Deve ser esta a atitude? Todos os deputados devem estar presentes em todas as discussões plenárias, de forma a se inteirarem dos problemas e das necessidades do nosso Estado. Quem se alheia da discussão, ausenta-se da democracia! É muito fácil passarmos os anos a dizer que as pessoas se afastam da política, mas os mais difícil é colocar o dedo na ferida e perceber o que leva as pessoas a terem essa reacção. O povo desacredita somente porque se vê desacreditado!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Os EUA vivem o "sonho"

Estive até às 2 da manhã a seguir as eleições nos Estados Unidos da América, pela televisão e pela internet. Estas foram as primeiras eleições norte americanas que acompanhei mais de perto.

Fiquei fascinado pela forma com que vi os americanos e o mundo viverem estas eleições.Os americanos encontravam-se expectantes quando à recuperação económica do país. Como referiu um comentador da SIC, estavam divididos entre o “Soft Power” e o “Hard Power”, Obama e McCain respectivamente.A nível mundial, as principais atenções estão viradas para a política externa. Caso McCain vencesse, não eram esperadas grandes mudanças estratégicas na política externa do país. Temia-se sobretudo uma governação semelhante à de Bush. Com a vitória de Obama, agora, espera-se toda uma reformulação da política externa dos Estados Unidos. Sempre com um discurso em que apelava sempre à paz e ao diálogo, prevê-se que Obama, lide com certos assuntos de uma forma mais diplomática, e não belicamente como tem acontecido.

Hoje, dia 5 de Novembro de 2008, é portanto, um dia histórico. Dia em que um negro foi eleito presidente dos Estados Unidos da América. Torna-se curioso se pensarmos que há bem poucos anos, os negros, eram rejeitados pela sociedade norte americana. Lutavam não por cargos políticos mas por igualdade social, contra a segregação social.Nesse tempo os Estados Unidos eram a grande potência mundial. Hoje todo o poderio norte-americano está a desvanecer, e os americanos confiaram num negro para governar e recuperar economicamente o país, 40 anos após ter morrido Luther King Jr., um negro que lutava pela igualdade cívica. A esta hora deve estar a rir-se dos americanos! Ele tinha um sonho, os Estados Unidos não queriam “adoptar” esse sonho, e hoje sem se aperceberem bem como, aproximam-se a passos largos do sonho de Luther King!